Amanda era louca. Louca de pedra
mesmo. Você não faz ideia o quanto. Ela nunca foi internada porque ninguém foi
capaz de enfiá-la na ambulância. Da última vez que tentaram, ela agarrou na
porta e ficou se balançando enquanto guinchava feito macaco. Uaaaaaa, uaa-a-aa.
Às vezes Amanda achava que era um macaco
de verdade, um desses mais miúdos e ágeis. Ela saia pela rua, pulando nua,
parando nas calçadas para se coçar e rir. Ria muito, ela. Mostrava os dentes
com frequência pras crianças da vizinhança, que saiam a imitá-la, mas logo cansavam.
Amanda só cansou de ser macaco quando descobriu que podia voar.
Era louca, a garota. Mas fiquei
feliz quando a vi bater os bracinhos magros e sumir entre as nuvens.
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