sábado, 31 de julho de 2010

Irreal

Cansei do mundo ao meu redor.
Cansei das regras sem explicação.
E das lutas eternas para ver
Quem segura o ar na mão.
Ninguém segura o ar na mão.

Prefiro o irreal, porque o real sempre se repete.
Há vida, riso e lágrima, dor amor e morte.
E só? É isso que se chama existência?
O universo conspirou com Deus para apenas isso?
Não basta para mim.
Se existir algo entre o riso e a lágrima,
Eu quero sentir.
Se há algo mais entre o amor e o ódio,
Eu quero descobrir.
Quero ver o que há após a morte.
E o que há antes da vida?!
Diante disso, o mundo que me foi apresentado é
Uma prostituta experiente,
Cujo corpo já foi por completo desvendado.
Mas o irreal é aquela moça virgem,
Frágil e besta,
Que desperta mais curiosidade que luxuria.

Assim é perfeito o irreal, porque é louco.
E aquilo que sai diferente é aclamado como igual.
E o igual jamais cansa, porque é sempre inovador.
E a cada página dessa vida, o sorriso é mais extenso
E a lágrima mais salgada.
E na hora da morte, ri-se.
Porque a aventura seguinte
será ainda mais
Surreal.